sexta-feira, 13 de março de 2009

Por que falamos tanto de espaço?

Eu sou um pretenso escritor de ficção científica e como tal já escrevi sobre os seres humanos explorando o espaço. Nada tão grandioso quanto as viagens da Enterprise é claro. Não tenho essa pretensão, nem mesmo consigo imaginar uma maneira de viajar pelo espaço interestelar. Logicamente eu posso usar uma viagem tripulada a Júpiter, não que eu tenha a pretensão de fazer algo parecido com Arthur Clarke e sua odisséia no espaço, mas este é o melhor exemplo que poderíamos achar de viagem espacial. Que visualização melhor poderíamos ter como ilustração do que o esplendoroso filme do Kubrick?

Minha interpretação do fato da Ficção Científica volta e meia se virar para as viagens espaciais vem de encontro com o principal fator de qualidade em uma história de ficção científica: a suspensão da incredulidade. A melhor história de ficção científica que pode ser escrita é aquela que leva o leitor a acreditar que aqueles fenômenos que não se explicam pela ciência atual podem realmente acontecer. Não apenas enquanto o leitor vivencia a história, mas depois que termina o livro e durante muito tempo ainda, tal foi a maestria que o autor construiu os seus argumentos corroborando os “fatos” narrados. Dessa forma temos algo no qual se poderia acreditar que venha a acontecer. E muitas vezes o que é descrito em histórias de ficção científica acontece realmente anos mais tarde de publicado em forma de ficção. Não se pode negar que isso aconteça, existem precedentes. Foi assim com o submarino de Verne e com o satélite geoestacionário de Clarke, apenas para citar dois casos.

Mas não é sobre isso que ia falar. Era sobre o espaço, que não é mais uma fronteira final. Se essa fronteira ainda não foi cruzada na realidade, já foi na ficção e muitas vezes e de formas variadas. Não é de se admirar que uma infinidade de obras verse sobre o espaço. Os amantes já admiravam-no muito antes de se inventar a ficção científica. Quantos casais já não se beijaram ao luar, ou olhando as estrelas?

A magia do espaço que atrai tanto a humanidade é semelhante à magia que atraía os navegadores do século XV buscando um caminho para as Índias. É o desconhecido e o desejo de mudar essa situação que leva as pessoas a investigar um fenômeno e determinar suas causas e efeitos. Esta é a base do pensamento científico. A ficção apenas promove essa idéia em problemas que a ciência ainda não atuou. As viagens espaciais são apenas o fenômeno mais estudado pela ciência e ao mesmo tempo o que menos se acha soluções.

A tecnologia para se viajar pelo sistema solar existe, ainda é muito primária, mas novos motores, novas formas de se evitar a radiação no espaço, criogenia, são todas tecnologias em desenvolvimento constante. Existe apenas um ponto sem respostas: será possível viajar mais rápido do que a luz e, em caso negativo ou positivo (isso na verdade não importa tanto) existirá alguma maneira dos seres humanos alcançarem um outro sistema estelar além do nosso?

As histórias de ficção científica procuram muitas vezes responder essa questão de forma criativa e argumentativa baseando suas especulações em especulações da própria ciência, ou pelo menos era isso que deveria acontecer. As viagens espaciais são a forma mais pura de Ficção Científica, é como o próximo passo depois do avião. Algo natural. O sistema solar não é mais uma fronteira intransponível, ele está pronto para ser conquistado em sua totalidade. O além dele é que se torna um problema.

Se algum dia existir um período de nossa história chamado de Era Espacial devemos estar no que será considerado os seus primeiros anos, sem dúvida nenhuma. E histórias de Ficção Científica já apontam para esse fato. Eu imagino o que dirão os nossos descendentes quando olharem para o que fazemos e escrevemos hoje. Será que eles estarão espantados em saber que muito antes de se conseguir qualquer avanço nesse sentido, nós já escrevíamos sobre as viagens interestelares? Provavelmente não (ou preciso mencionar Verne novamente?). Até porque, eles já devem estar pensando em outros fenômenos que nós não conseguimos nem imaginar. Afinal, onde estaria a Ficção Científica sem a imaginação humana?

quinta-feira, 16 de junho de 2005

Ratificações

Gostaria de primeiramente agradecer aos dois amigos que tiveram a grandeza de espírito para responder a minhas transloucadas indagações filosóficas.

Partindo então para os comentários sobre o texto “A Biologia de O Senhor dos Anéis: O Caso dos Meio-Elfos”, começarei primeiramente respondendo as indagações do amigo de blumenau. Albretch, realmente cometi o lapso de esquecer da mãe de Fëanor como bens lembras-te. Quero fazer a ressalva de que também Arwen Andúmiel após a morte de Aragorn Elassar, o Pedra Élfica, Rei de Gondor, também acabou por morrer de depressão na terra de seus parentes em Lórien. Quanto ao segundo ponto de seu comentário, creio que ele foi bem colocado pelo nosso amigo Edgar. Não estamos tratando de evolução aqui. A prórpia imortalidade dos Elfos pressupões uma estagnação. Além disso, tudo foi criado por uma força maior personificado na essência dos Valar e de Eru, o Único. Arda é o mundo dos criacionistas (hehehe).

Quanto aos pontos levantados pelo Edgar, eu devo concordar. Realmente as orelhas dos elfos é algo criado única e exclusivamente pela mente de artistas que desenhavam sobre a influência das obras de Tolkien e que foram incorporadas nos filmes para facilitar a diferenciação entre humanos e elfos. O próprio Tolkien nunca escreveu nada sobre o caso das orelhas (pelo menos que eu tenha notícia, acabou indo por força do hábito de ver filmes).

Segundo, realmente (mais uma vez) os elfos não ficam doentes. Talvez eu estivesse querendo dizer alguma coisa sobre os meio-elfos e acabou saindo sobre os elfos, não sei. Vale a retificação de agora: os elfos só morrer por ferimentos mortais ou de tristeza.

Por fim, gostei bastante da proposta de não produção de radicais livres, Edgar. É algo para se pensar. Provavelmente em uma versão 2.0 deste texto eu acabe incorporando essa idéia. Quem sabe?

Que outros comentários apareçam. Estarei esperando.

Atenciosamente,

Lord Elven (este com orelhas pontudas, é só ver a imagem), o desorganizador